Quarta-feira, 5 de Março de 2008

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO 3

O Sermão De Páscoa De

São João Crisóstomo

(Arcebispo de Constantinopla).

Há alguém que é amante devoto de Deus?

Deixa-os desfrutar esta festa resplandecente!

Há alguém que é um servo grato?

Deixa-os se deleitarem e entrarem na alegria de seu Criador!

Há alguém aborrecido com o jejum?

Deixa-os receber agora suas remunerações!

Se alguém trabalhou na primeira hora, deixa-os receberem suas gratificações!

Se alguém chegou após a terceira hora, deixa-o juntar-se à Festa com gratidão!

E ele, que chegou após a Sexta hora, não o deixa duvidar; ou ele também sustentará a perda.

E se alguém se atrasou até a nona hora, não o deixa hesitar; mas deixa-o vir também.

E ele, que chegou sòmente na décima-primeira hora, não o deixa Ter medo por sua demora.

Pois Deus é Bondoso e recebe o último igual ao primeiro.

Ele dá paz a aquele que chega na décima-primeira hora, tanto quanto se ele tivesse trabalhando desde a primeira hora.

A estes Ele dá e junto aos outros Ele concede.

Ele aceita o trabalho tanto quanto acolhe o esforço.

A proeza, Ele honra, e a intenção, Ele aprova.

Vamos todos entrar na alegria de Deus!

Primeiro e último, igualmente recebem sua recompensa; rico e pobre, se alegram juntos!

Sensato e preguiçoso, celebram o dia!

Você que guardou o jejum, e você que não jejuou,

alegrem-se hoje, pois Mesa esta farta com opulência!

Festeja regiamente, o novilho é cevado.

Não deixe ninguém ir com fome. Participem todos da taça da fé!

Desfrutem todas riquezas de Sua bondade!

Não permita que ninguém se aflija em sua miséria,

Pois o reino universal foi revelado.

Não deixa ninguém lamentar-se porque caiu de novo e novamente;

pois o perdão ergueu-se do túmulo.

Não deixa ninguém temer a morte, pois a Morte do nosso Salvador nos libertou.

Ele a destruiu por tê-la suportado.

Ele destruiu o Inferno quando desceu até ele.

Ele o colocou num túmulo mesmo que ele tinha o gosto de Sua carne.

Isaíais profetizou isto quando disse,

"Você, oh inferno, se perturbou quando O defrontou"

O inferno estava em tumulto porque foi liquidado.

Ele estava em tumulto porque está escarnecido.

Estava em tumulto pois está destruído.

Está em tumulto, pois está aniquilado.

Está em tumulto, pois agora está prisioneiro.

O inferno pegou o corpo, e descobriu Deus.

Tomou a terra e encontrou o Céu.

Tomou o que viu, e vencido pelo que não viu.

Oh, morte, onde está sua tormenta?

Oh, inferno, onde está sua vitória?

Cristo está ressuscitado, e você, oh morte, está aniquilada!

Cristo está ressuscitado, e os perversos estão derrubados!

Cristo está ressuscitado, e os Anjos se alegram!

Cristo está ressuscitado, e a vida está libertada!

Cristo está ressuscitado, e o túmulo está vazio da morte; pois Cristo se ergueu da morte,

Estão vindo os primeiros-frutos daqueles que adormeceram.

A Ele a Glória e o Poder para todo o sempre. Amém!

 

Nota - Observação

A respeito do Milagre da Ressurreição de Cristo dos mortos, há o testemunho do fogo abençoado, o qual se acende todos os anos na noite de Páscoa em Jerusalém, no Templo da Ressurreição de Cristo, o qual foi construído no local do sepultamento e Ressurreição do Salvador. A origem deste fogo é inexplicável. Quando o fogo abençoado surge, ele não queima podendo ser passado pelo rosto. Apenas após algum tempo ele adquire a temperatura normal de fogo. O Patriarca Ortodoxo de Jerusalém (ou seu substituto), após receber o fogo, acende velas com ele e imediatamente as distribui entre os muitos crentes que se encontram no Templo. O fogo abençoado causa uma enorme impressão em todos os presentes e os torna felizes. É magnífico também notar que o fogo abençoado desce apenas para os ortodoxos e sempre na Páscoa Ortodoxa. Representantes de outras religiões, os quais também oram Nesse Templo, não recebem o fogo.

 

A páscoa dos hebreus é celebrada no 14o dia do mês lunar de Nissan. Esse dia sempre acontece na primavera, na lua cheia. A Páscoa Cristã é estreitamente conectada com a páscoa dos judeus. O Primeiro Concílio Ecumênico tendo se reunido em Nicéia no ano 325, decretou que a Páscoa Cristã fosse celebrada no Domingo, no equinócio primaveril, e obrigatoriamente após a páscoa dos judeus. De acordo com essa ordenação do Concílio e com cálculos astronômicos, os estudiosos alexandrinos desenvolveram um sistema para calcular a Páscoa Cristã para cada ano. Assim, surgiu a "Pascoalha," - tabela dos dias da Páscoa para muitos anos adiante. Alterações dos dias de Páscoa se repetem a cada 532 anos (indiction). De acordo com a "Pascoalha," a Páscoa Cristã que acontece mais cedo, acontece no dia 22 de março pelo estilo antigo (4 de abril pelo novo estilo), e a mais tardia - 25 de abril (estilo antigo), 8 de maio (novo estilo), com o movimento da Páscoa, movimentam-se também o Grande Jejum e a celebração da Entrada do Senhor em Jerusalém (Domingo de Ramos), que acontece uma semana antes da Páscoa; a Ascensão de Cristo (no 40o dia após a Páscoa) e a Santíssima Trindade (no 50o dia após a Páscoa). De acordo com a "Pascoalha," a Páscoa em 1.999 foi no dia 11 de abril; no ano 2.000 ocorrerá em 30 de abril; em 2.001 - 15 de abril; 2.002 - 5 de maio.

A Ressurreição de Cristo foi testemunhada por Anjos e Apóstolos: Mat. 28:5-7, Mar. 16:5-7; Luc. 24:4-7. 1Cor. 15:15; Seus inimigos Mat. 28:11-15, e mais de tudo - por aquele mar de milagres, os quais aconteciam e continuam acontecendo em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Páscoa na Rússia

As datas da Páscoa são divergentes na religião católica e na ortodoxa. Os ortodoxos continuam a respeitar o calendário juliano. Em 1700, o czar reformador, Pedro o Grande, decretou substituir este calendário pelo gregoriano, geralmente adoptado na Europa. Todavia, a Igreja Ortodoxa não quis abandonar a tradição e continua a celebrar a Páscoa pelo calendário antigo. Os católicos e os protestantes adoptaram o calendário gregoriano e, daí, surgiu a leitura divergente das datas.

Por isso, a Páscoa não tem data fixa e, subsequentemente, variam as datas do Jejum, da Santa Trindade, da Montanha Vermelha, do Domingo dos Ramos. A data da Páscoa calcula-se a partir das Pascálias, tabelas especiais calendarizadas para muitos anos.

Na Rússia, a Páscoa apareceu juntamente com o Cristianismo, após a cristianização da Rússia durante o reinado do príncipe de Kiev, Vladimir.

Para os ortodoxos, esta festividade era sempre um evento solene e alegre, ao mesmo tempo. Na véspera, na noite de Grande Sábado, os beatos concentravam-se junto dos templos. Nas aldeias que não tinham a igreja, os camponeses andavam muitos quilómetros para assitir à missa no santuário mais próximo. E nas cidades - sobretudo em Moscovo e São Petersburgo - as ruas e os edifícios eram exuberantemente iluminados, nos campanários acendiam tochas. Com o primeiro repique do campanário, cada crente acendia a sua vela individual. O clero, trajando indumentas claras, saía fora das igrejas, exibindo crucificações, estandartes e ícones. O coro anunciava cantando a ressurreição de Cristo, dando abertura a uma procissão à volta do templo. Na Rússia, a Páscoa era sempre assinalada com uma ampla actividade de beneficência. Independentemente da sua condição social, todo o mundo ia aos hospitais, asilos de velhos e prisões. Até mesmo os monarcas russos acatavam esta tradição. Com palavras "Cristo Ressuscitou!," davam dinheiro, roupas e alimentos aos doentes e deficientes. Não raro, os criminosos recebiam perdão e comutação da pena por causa da grande festa. Tanto os ricos como os pobres faziam uma peregrinação semanal pelos mosteiros e santuários, dando esmola em toda a parte. Os padres iam de casa em casa com ícones, entoando cânticos e salmos. Nas aldeias, os camponeses, com o padre à frente, dirigiam-se ao campo para ministrar benção à futura colheita.

Na véspera, todo o mundo, trajando o melhor do que tinham na sua guarda-roupa, se dirigia à missa noturna. A liturgia terminava com a benção da páscoa (massa feita de requeijão doce com uvas passas), do bolo da Páscoa e dos ovos pintados que, imediatamente, eram trocados entre os crentes.

Não se trocavam apenas os ovos pintados de galinha, de pata e de gansa, mas também os ovos executados em madeira, com desenhos e ornamentos bizarros. Localidades inteiras se dedicavam a esse tipo de actividade, por exemplo, os pintores da Câmara de Armas de Moscovo e os frades do mosteiro Troitse-Serguiev, situado a 75 kms da capital. O famoso joalheiro Fabèrge, oriundo de França, que trabalhou na Rússia, fabricava os ovos de Páscoa de pedras preciosas e semipreciosas.

Um importante elemento dos festejos pascais na Rússia era a chamada saudação em nome de Cristo, isto é, dar beijos um ao outro, como símbolo de amor pelas pessoas, dos melhores votos, da alegria e da rejeição do mal.

O aspecto ritual da Páscoa conservou-se até hoje, quase sem mudar. A festa do povo complementava as solenidades religiosas. Tanto mais que depois de sete semanas do jejúm rigoroso era permitido comer tudo. Durante a festa as mesas eram abundantes, com vinho, vodka, doces, bolos, pratos de peixe e carne, proibidos no período do jejúm.

Os jogos colectivos, passeios com canções e danças e visitas diversificavam a festa. Nos pátios montavam baloiços para as crianças. Depois de um longo e monótono Inverno, a juventude saía pela primeira vez para passear ao ar livre.

Durante a Páscoa muitos iam aos cemitérios para deixar nos túmulos ovos pintados, bolos e doces. Esta tradição conserva-se na Rússia até hoje.

Actualmente, quando se assiste ao ressurgimento dos valores cristãos, a celebração da Páscoa adquire um sentido especial. A Páscoa era e continua sendo o símbolo do triunfo da doutrina ortodoxa. E para dizer mais, o símbolo da unidade nacional, dos princípios morais verdadeiros da sociedade russa.

Iuri Godunski

 

 

Pastoral Pascal

De Dom Alexandre, Exmo. Sr. Bispo

de Buenos Aires e de toda América do Sul.

Cristo Ressuscitou!

Através de toda nossa vida somos atormentados por um paradoxo que não pôde ser explicado nem mesmo pelos maiores pensadores. Por um lado, todo ser vivo sem exceção, aspira a vida, o desenvolvimento e a felicidade, seja um ser humano, um vegetal ou o mais insignificante microorganismo.

Por outro lado, existe sofrimento no mundo e uma inconcebível atuação destrutiva. Toda alegria, mais cedo ou mais tarde, fica obnubilada pela tristeza, e cada vida inevitavelmente terminará em morte. A tragédia deste contraste quem mais sente é o homem. Mesmo quando o destino lhe favorece, não consegue livrar-se totalmente do incômodo sentimento de que a sua felicidade pode dissipar-se e que não se pode escapar da morte.

A revelação Divina no Antigo Testamento apontava o pecado como a causa desta tragédia. Deus criou o homem para a imortalidade e se este não pecasse não existiriam nem sofrimentos, nem doenças, nem a morte. Assim chegou-se, à causa, estabelecendo o diagnóstico, - fato que por si só não trouxe alívio ao ser humano.

A Ressurreição de Cristo é a libertação desta tragédia, a salvação. Não se trata apenas da correção dos efeitos da perturbação ocorrida, mas de algo muito maior, - o que é difícil de imaginar em sua plenitude e expressar com palavras. A Ressurreição de Cristo é o início da renovação de todo Universo. Virá o dia em que todos vão ser ressuscitados pela onipotente palavra de Deus. Será um acontecimento magnífico quando os nossos pais, mães, avós, parentes, conhecidos, gente vinda de vários povos e raças das quais nunca sequer ouvimos falar - começando pelo primeiro homem na terra. Até aqueles, cujos corpos foram destruídos sem deixar vestígios - erguer-se-ão integrando um multidão que a própria visão não conseguirá abranger. Todos vão erguer-se nos corpos imperecíveis aptos à imortalidade de acordo com os desígnios do Criador para o ser humano. Neste dia toda a natureza passará pela transformação, por sua vez, tornando-se imperecível. Serão um novo céu e uma nova terra em que habitará a Verdade. Aí, não terá lugar a dor nem o sofrimento, mas, tão somente, a eterna alegria.

Provar para um descrente que tudo acontecerá desta maneira - é impossível. A percepção disto torna-se possível somente através da fé. Esta fé não é cega pois baseia-se no testemunho da nossa vivência íntima. Um homem que tem fé, sente nitidamente dentro de si a vivificante força do Cristo Ressuscitado. A convivência com Ele é absolutamente real e imediata. O Senhor está mais próximo a nós do que a roupa que vestimos ou o ar que respiramos. E, se bem que provar isto a um descrente não é possível, - para um cristão aqui não existe nem sombra de dúvida. Isto é a vantagem da Fé.

O que, então, obscurece a claridade da nossa fé, o que torna o coração opresso pela tristeza? A vaidade, o egoísmo, diversos pecados grandes e pequenos... A finalidade da festa da Páscoa, antes de tudo, é de dar-nos novas forças, ajudar-nos a livrar-se do jugo das preocupações materiais - nem que seja por algum tempo, antecipar o prazer da vida futura, antes de conhecer o Paraíso - senti-Lo.

Esforcemo-nos, pois, meus caros, para reter em nós em maior profundidade e tempo mais longo possível, a Luz da Ressurreição de Cristo e sentir a alegria da convivência com Ele. Que estes novos sentimentos nos ajudem a reconstruir a nossa vida para que aprendamos a viver para o Bem a exemplo dos discípulos de Cristo. Quanto mais sinceridade tiver a assimilação dos Seus ensinamentos, - tanto mais livres e alegres nos sentiremos.

Cristo ressuscitou e nós vamos ressuscitar pela Sua força!

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Missionary Leaflet # P04

Copyright (c) 2000 and Published by

Holy Protection Russian Orthodox Church

2049 Argyle Ave. Los Angeles, California 90068

Editor: Bishop Alexander (Mileant)

 

(pasha_p.doc, 03-30-2000)

 

Homilia de

São João Crisostomo

Quem tiver piedade e amor a Deus, regozige-se nesta gloriosa e brilhante festa. Quem for servo bom, entre e alegre-se no gozo de seu Senhor. Quem suportou a fadiga do jejum, receba agora a recompensa; quem trabalhou desde a primeira hora, receba hoje o seu justo salário. Quem veio após a terceira hora, festeje com gratidão. Quem chegou após a sexta hora, entre sem hesitar, porque não será renegado. Quem atrasou-se até a nona hora, venha sem receio e medo. Quem chegou somente na décima primeira hora, não tenha medo por causa de sua demora, porque o Senhor é generoso. Acolhe o ultimo como o primeiro; remunera o operário da décima primeira hora como o da primeira; cobre um com sua misecórdia e outro com sua graça. é generoso com um e ao outro concede; aceita as obras e abençoa a intenção, recompensa o trabalho e louva a boa vontade.

Entrai pois todos no gozo de nosso Senhor. Primeiros e ultimos, recebei a recompensa; ricos e pobres, alegrai-vos juntos; justos e pecadores, honrai este dia; os que jejuaram e os que não jejuaram, regozijai-vos uns com os outros; a mesa é farta; saciai-vos á vontade; o vitelo é gordo, que ninguém se retire com fome; participem todos do banquete da fé, que todos recebam a riqueza da graça; que ninguém se constranja da pobreza, porque o reino universal foi proclamado; que ninguém chore por causa de seus pecados, porque o perdão jorrou do tumulo. Que ninguém tema a morte, porque a morte do Salvador nos libertou a todos. O salvador destruiu a morte, quando a ela se submeteu; despojou o inferno quando nele desceu. o inferno tocou seu corpo e foi aniquilado. Foi isto que profetizou Izaias, exclamando: o inferno ficou aflito ao encontrar-te; aflito, pois foi arruinado; aflito e menosprezado; foi executado e menosprezado; aflito pois foi subjugado. Agarrou um corpo e encontrou um Deus; apossou-se da terra e achou-se diante do céu. Pegou o que viu, e caiu naquilo que não viu. Onde está o teu aguilhão, ó morte! Onde está a tua vitória, ó inferno? Cristo ressuscitou e foste arrazado; Cristo ressuscitou, e os demonios foram vencidos; Cristo ressuscitou e os anjos rejubilam-se; Cristo ressuscitou e a vida foi restituida; Cristo ressuscitou e não ficou mais nenhum morto no tumulo, porque Cristo pela sua ressureição dos mortos tornou-se primaz dentre os mortos. A êle a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amem.

Cristo ressuscitou!

 

publicado por igrejacatolicaortodoxa às 15:33
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